“Somos uma grande península que se afunda no Mar Mediterrâneo e por vezes esquecemo-nos dele”.
Franco Cassano, Il pensiero meridiano, 1996

A fotografia contemporânea é o meio perfeito para desencadear esta reconstrução por muitas razões. Pelo grande fascínio que exerce sobre o público e pela inquietação em que se encontra. Enquanto falamos, já mudou, está continuamente a mudar. E aqueles que a redefinem não são os fotógrafos, a academia, os editores. É antes o mercado, a tecnologia e os utilizadores, o próprio público. E assim, enquanto tentamos conter, preservar e salvaguardar a fotografia, o seu nome já mudou mais uma vez. Assim, aqueles que deveriam ser os protagonistas desta redefinição optam por não o fazer, acreditando iludivelmente que são eles que governam as mudanças.

Gostaríamos de ser um pequeno espaço novo onde este diálogo possa refugiar-se. Acreditamos que tentar redefinir os limites deste universo em rápida mudança, onde vanguarda e ficção se misturam com a realidade, onde tudo se parte para se voltar a juntar, pode oferecer uma compreensão mais profunda.

Este é o ponto de partida, evitando todo o dogma, e confiando na infidelidade do mar. O PhEST confiou a direcção artística a Giovanni Troilo e a curadoria de fotografia a Arianna Rinaldo.