08 maio - 05 outubro 2025. Málaga, ES

Omnimoda: A fotografia como display

O Museo Centro de Arte Contemporáneo de Málaga (MUCAC) inaugura o seu novo espaço museológico MUCAC local La Coracha com a exposição Omnímoda: La fotografía como display, com curadoria de Sema D’Acosta. A Humanae faz parte desta exposição que reúne mais de 50 artistas espanhóis.

A fotografia tornou-se o principal território das artes visuais. Enquanto linguagem, possui uma força extrema devido à sua voracidade e capacidade de adaptação; funciona como um meio orgânico e vivo, em constante mudança e crescimento. Se até há pouco tempo se apresentava sobretudo como uma imagem plana e bidimensional, hoje apresenta-se de uma infinidade de formas e hibridiza-se com outros meios e disciplinas; abrange tudo, nada escapa ao seu poder omnipotente. A imagem do século XXI está agora a desenvolver o seu potencial sintático, encorajada por uma sociedade transbordante que vive entrincheirada em ecrãs. A visualidade impôs-se hoje, tudo é um interface.

A realidade iconográfica que habitamos todos os dias é uma selva que cresce e se descontrola. Nesta mata luxuriante alimentada pelos olhos, cada vez mais situações têm lugar e é cada vez mais complicado delimitar compartimentos isolados, as diferentes expressões cruzam-se sem fronteiras entre si. Num mundo ubíquo e hiperconectado, a fisicalidade do fotográfico emergiu para revelar as suas possibilidades estéticas, que ultrapassaram naturalmente os fundamentos que predominaram na fotografia do século XX, definidos pelo uso de uma câmara e pela captura de um instante. Ao desprender-se de um procedimento e do seu passado documental, a fotografia libertou-se de amarras para demonstrar que a sua versatilidade está acima de qualquer aspeto narrativo. O contentor-suporte e o conteúdo-história fundiram-se, o como e o quê tornaram-se iguais para gerar obras visuais onde o modo de apresentação conta tanto ou mais do que a imagem que alimenta e justifica qualquer trabalho.

REDEFINIR O CÂNON: Novas identidades, novos papéis

Vivemos em tempos de mudança para um novo paradigma. A nossa sociedade transformou-se mais nas últimas duas décadas do que nos séculos anteriores. Desde a Revolução Industrial que não se registava uma mutação tão profunda na vida das pessoas. Esta metamorfose cultural redefiniu o cânone de quem somos e de como nos relacionamos uns com os outros, tornando naturais escolhas que antes eram ignoradas ou silenciadas. Agora, predomina a variedade e a mistura, há uma maior liberdade individual, tanto nos modos de ser da família como nos modos de entender a própria identidade. Animados pela versatilidade da imagem, os criadores visuais do século XXI – em muitos casos porque se sentem aludidos – elaboram com antecipação e sensibilidade uma radiografia exacta da humanidade atual.

No século XXI, a fotografia passou por um rápido e interessante processo de osmose com outras linguagens criativas. Atualmente, condiciona todas elas.

Sema D'Acosta

Sobre a Humanae

Humanae é um trabalho fotográfico em andamento da artista Angélica Dass. Atualmente composta por mais de 4.500 retratos de voluntários de todo o mundo, a Humanæ procura documentar as verdadeiras cores da humanidade e trazer uma reflexão crítica sobre os falsos rótulos brancos, vermelhos, pretos e amarelos associados à raça. O projeto não seleciona os participantes e não há data definida para sua conclusão.  É uma jornada de possibilidades abertas que enriquece a maneira como nos vemos, além de rostos e cores. Atualmente, o artista tem feito retratos em 38 cidades diferentes e 20 países diferentes.

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